Renúncia pessoal para criação dos filhos: O que ganho em troca?

“Herança do Senhor são os filhos; o fruto do seu ventre, seu galardão.” Salmo 127: 3

 

Continuação do assunto anterior. E qual é o meu salário? É ver o fruto de tudo o que plantei brotando e depois florescendo.
Vou contar um pequeno testemunho (ou o começo de um grande). Gostaria de dividir isso com vocês como uma experiência. Decidimos colocar o Gabriel na escola com 18 meses para interagir com outras crianças e para melhor desenvolvimento através das atividades da escola. Quando mudamos para Alphaville ele teve que mudar de colégio. Depois de uns 2 meses de aulas houve um atendimento com pais e fomos convocados para saber como estava o desenvolvimento dele. A professora nos disse que nesse tipo de situação é natural que apresente problemas na adaptação, mas que o Gabriel surpreendentemente não teve adaptação. Ele já entrou como se fizesse parte do grupo, e que isso ocorreu porque ele é uma criança totalmente segura de si e que isso só é possível pela estrutura que tem em casa. Em outra situação, ela ressaltou que ele gosta muito de ajudar as pessoas e como também é cristã, disse que vê um ministério na vida dele. Para quem está de fora, isso não é nada, mas para uma mãe que renunciou a tudo, isso não tem preço!!! Fiquei muito mais motivada e comecei a enxergar melhor a importância do papel de mãe.

Outra situação que me fez sentir recompensada foi ao ver o comportamento dele com a irmã desde o nascimento. Já estávamos preparados para crises de ciúmes e manhas, mas surpreendentemente ele recebeu a Manu com todo carinho. Nunca teve uma atitude de ciúme ou rejeição, pelo contrário, quando ela chora ele corre e diz: - “A Manu está chorando! Vai ver ela!” Ou então ele beija a irmã e depois diz: - “Beija você também mamãe.” A partir daí, percebi que isso tudo é só uma amostra da bênção ou maldição que uma mãe pode ser na vida dos filhos, e como posso ter uma colheita de valor se eu me dedicar de verdade. Concluí então que estou no caminho certo. Que vale a pena sim renunciar meus projetos pessoais e vontades por um período de tempo para colher e proporcionar bons frutos para Deus, para minha casa e para o mundo e, em todos os sentidos, fazer a diferença!

Se os filhos são herança do Senhor, quero cuidar muito bem dela! E que o nome do nosso Senhor seja glorificado através de nós. Quero tratá-los como talentos que podem ser multiplicados através da nossa dedicação e até pelo fruto que eles vão dar quando crescerem - através das suas atitudes, escolhas e testemunho eles também poderão ajudar
muitas pessoas.

Quão bem aventuradas foram as mães de Abraão, José, Moisés, Davi, entre tantos outros e principalmente Maria, mãe do nosso Senhor Jesus.  E quão infelizes foram as mães da mulher de Ló, de Mical, do jovem rico (pode ter sido ela que o ensinou a guardar todos os mandamentos, mas não conseguiu ensinar ou mostrar desapego aos bens materiais), Judas Iscariotes, Ananias e Safira entre tantos outros (apesar de não sabemos se elas ensinaram o certo para eles e apesar disso, com o livre arbítrio, fizeram escolhas erradas).  É claro que não basta ficar em casa cuidando dos filhos e eles automaticamente serão como rebentos da oliveira. O principal é construir nossa casa sobre a Rocha , viver no temor do Senhor e sermos verdadeiramente sábias e virtuosas.

Temos que de fato viver a fé e mostrar Jesus através das atitudes, ou então, podemos estar criando fariseus (ou, nos dias de hoje, religiosos), que conhecem de ouvir falar e se acham convertidos, mas estão muito longe do reino de Deus. Isso é o que mais existe dentro das igrejas. Do início até o sacrifício do nosso Senhor, as mães ainda não podiam falar sobre o Novo Nascimento pois não o conheciam, mas podiam dar lições sobre amor ao próximo e humildade. Hoje, após o Senhor Jesus ter subido aos céus e nos deixado o Consolador, temos “a faca e o queijo na mão”. Podemos contar com a presença e ajuda d’Ele em todos os momentos. Não é maravilhoso saber que nossos filhos poderão ter um real encontro com Ele e desfrutar da Sua presença e intimidade de fato e verdade??!!!

É uma vida de sacrifícios sim, mas se levada a sério, a recompensa não tem preço!!!

É claro que o galardão que mais desejamos vai muito além dos filhos, mas sim aquele que receberemos na Nova Jerusalém, mas se os filhos são meu galardão eu quero tomar posse disso!

IMPORTANTE: Minha intenção aqui não é a de “massacrar” as mulheres que trabalham. Existe uma grande diferença entre ter vontade de trabalhar (foi a isso que renunciei) e necessidade de trabalhar. Para as mães que de fato precisam ajudar a colocar o arroz e feijão na mesa, elas só podem fazer o seu melhor e contar com Deus para dirigir tudo de forma que as crianças e a família não sejam prejudicados, mas não foi sobre essas mulheres que eu falei, e sim, sobre as que podem parar de trabalhar mas preferem continuar por sua realização pessoal. Hoje em dia os valores se inverteram. Tantas pessoas dão valor a carros, casas, ou ao sucesso profissional, mas de que adianta tudo isso e ver a família desestruturada e os filhos perdidos? Ainda assim, as que trabalham por opção estão em seu direito. A vida é feita de escolhas e se você pôde parar de trabalhar e não quis, e mesmo assim insistiu em ter filhos, terá que lutar e se desdobrar para, de alguma forma, conseguir suprir as necessidades dos filhos, marido, suas próprias necessidades, e as da carreira e do seu chefe. Uma coisa é certa: Atender perfeitamente a todos não há como (até porque cada mulher é uma só). Tentar atender a tudo e todos com excelência, neste caso, é como tentar cobrir uma grande mesa para 12 pessoas com uma pequena toalha de uma mesa com 6 lugares. Se puxarmos a toalha de um lado para cobrir uma ponta, o outro lado ficará descoberto.

Que tipo de mãe você pode ser? E que tipo você quer ser?

Que Deus nos dirija e ajude SEMPRE a fazer as escolhas certas e nos ensine e dê sabedoria para cuidar dos nossos.

Na fé,